Diário de uma mulher,esposa,mãe,dona de casa...enfim...de um ser humano único...rsrsrsrs...
Meu blog também é bauzinho de guardar coisas que acho lindas,interessantes e que vale a pena recordar!
Início do blog:13/04/2009...só felicidade!!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Um dia as pessoas morrem na gente...


É isto, nada além: um dia as pessoas morrem na gente.
Pode ser um amigo que parece não se importar mais ou então aquele que telefona só quando quer ajuda, um amor que gastou todas as chances que
tinha e nem toda dedicação do mundo comoveu, um primo de longe, qualquer um.
Pode ser a criança que um dia morou dentro da gente, o sujeito que viajou pra longe sem dar adeus ou dizer que ia ou o visitante que chegou e nem ao menos um oi.
Um dia as pessoas morrem na gente.
Pode ser um dia qualquer, como hoje ou ontem ou a terça passada, um dia de agosto ou no meio do carnaval, um dia de formatura ou até no ano novo, um dia de vento sul ou calor dos infernos, de vestido curto ou jeans surrado, de boca nervosa ou falta de apetite, de cabelo desgrenhado ou os cachos no lugar.
Um dia as pessoas simplesmente morrem na gente, e a gente esquece as tardes divertidas que passou no boteco, a esperança que alimenta quando ainda não viveu muito, a promessa de nunca esquecer; a gente esquece que um dia quis ficar junto pra sempre, que jurou um monte de coisas, que registrou em fotografias uma penca de momentos bonitos, que acreditou em tudo ou, exatamente como o Chico ensinou naquela canção, que ajeitou o nosso caminho pra encostar no caminho do outro.
A gente faz força pra esquecer, porque sabe que precisa.
A gente faz força pra esquecer, porque sabe que precisa.
É isto, nada além: Um dia as pessoas morrem na gente, embora continuem vivinhas da silva.

Publicado em 5 de setembro de 2010 por Ana Laura Nahas

sábado, 2 de janeiro de 2016

A boneca viajante...


Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular.
Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca.
Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.
Não tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram.
A carta dizia:
Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo.
Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas, que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo:
Londres, Paris, Madagascar…
Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!
Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra ( Kafka e a Boneca Viajante ) onde o escritor
imagina como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.
No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca.
Ela era obviamente diferente da boneca original.
Uma carta anexa explicava:
minhas viagens me transformaram….
Anos depois, a garota encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta.
O bilhete dizia:
Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente.

(Franz Kafka e a Boneca Viajante)